quarta-feira, 23 de maio de 2007

Aula Convergência Online (2) 23/05/2007

I) Principais funções do jornalismo convergente:

- Editor de notícias: tomar uma noticia e ver como ela será tratada em impresso, radio, televisão e internet.
- Editor de fluxo: ordenamento dos conteúdos passando de uma midia para outra;
- Editor de conteúdos – contextualização, checagem de fontes e dados;
- Editor do formato final – Revisor, tradutor, pós-produção em áudio e vídeo.

II) Características básicas de cada canal de comunicação:

1) Texto – É mais voltado para a reflexão individual. O leitor pode repetir a leitura. Ocupa a atenção total do leitor. Interatividade quase nula, limitada à seção cartas do leitor.
2) Áudio – A principal característica é não ocupar totalmente a atenção do ouvinte, que pode estar executando outras tarefas enquanto escuta. Não permite repetição da informação, portanto a mensagem deve ser clara, direta e breve. Incorpora mais emoção na narrativa do que o texto. Permite interatividade limitada. Reflexão prejudicada pela seqüência de imagens e emoções.
3) Imagens – As imagens podem ser divididas em estáticas e dinâmicas.
a) As estáticas são fotografias e infográficos. Permitem observação detalhada e analítica. As fotos transmitem emoção e enquanto os infográficos explicam situações e visualizam fenômenos abstratos. Não há interatividade.
b) As imagens dinâmicas são as que transmitem mais emoção à narrativa. Os vídeos e filmes geralmente ocupam atenção total. Não permitem repetição, portanto, aplicam as mesmas regras do áudio em matéria de clareza e brevidade da informação. Interatividade é menor do que no áudio e maior do que no texto. Reflexão prejudicada pela seqüência de imagens e emoções.
4) Interatividade – Este recurso disponível permanentemente na internet permite uma troca de experiências, informações e opiniões entre usuários e entre estes e as autoridades e os especialistas. A interatividade pode ser em tempo real ou não, pode ser direta ou mediada. As informações podem ser repetidas quando não entendidas pelo receptor. Baixo grau de emotividade na transmissão de informações. Não requer atenção total dos participantes. A interação entre pessoas favorece a reflexão.

III) Cross Media

A Crossmedia estuda a forma como uma história é contada passando de um canal de comunicação para outro sem solução de continuidade, através dos hiperlinks.

Também chamada de transmedia ou plataformas múltiplas. Ela exige um ambiente multimídia e a convergência de mídias. É um conceito dinâmico que tem a Web como base. É um processo que já é usado em jogos eletrônicos online e em alguns trabalhos artísticos. Mas ainda é basicamente experimental, em especial, nas narrativas jornalísticas, embora alguns sites norte-americanos e europeus a estejam incorporando gradualmente ao seu sistema de coberturas especiais.


Atualmente a aplicação da crossmedia ainda é limitada e predominantemente vinculada ao entretenimento. Há experiências e tentativas noutras áreas:

a) Ficção - Os filmes Matrix ,Star Wars (ver jogo em http://brasil.ea.com/products.view.asp?id=8105 ), Indiana Jones e Senhor dos Anéis, todos baseados numa combinação de filme, livro e jogo. O uso da multimídia nestes casos foi mais um recurso de marketing para maximizar lucros do que uma proposta criativa. Nos casos do Matrix e do Indiana Jones, o livro e o filme se complementam, com o impresso fazendo a contextualização que o filme faz de forma relâmpago. Por sua vez, o jogo envolve o expectador de uma forma muito mais intensa do que o livro e o filme ou vídeo. Há o caso do Poderoso Chefão, que é anterior à revolução da internet mas que acabou se juntando a ela através de um jogo (ver Caso dos jogos da electronic arts versão Brasil http://brasil.ea.com/ destacar jogos Day of Defeat e Fifa Manager e Poderoso Chefão http://www.eagames.com.br/products.view.asp?id=7612)
b) Não ficção – Documentário – Caso do flash Kilimajaro The Crown Of África http://www.altrec.com/features/crownofafrica/
http://www2.helsinginsanomat.fi/english/webortage/kautonen/kautonen2001.html
c) Não ficção – Documentário os escravos negros nos EUA – Flash Jornalismo - http://nytimes.com/library/national/race/magnolia/indexnav.htm# NYTimes conta carloscastilho cvolkmer castilho@brturbo.com o mais completo
d) Não ficção - Jornalismo - Um exemplo de desenvolvimento de reportagem sobre um acidente aéreo - a parte jornalística clássica onde se poderia combinar texto, imagens (filmes de amadores, animações em Flash, gráficos, fotografias, material de arquivo, vídeos com entrevistas e cenas do local do acidente), com sons (entrevistas por telefone, entrevistas radiofônicas, gravação das conversas do piloto, gritos dos parentes das vítimas). Uma parte que se poderia chamar de lúdica onde com o auxilio de simuladores de vôo o usuário poderia reproduzir a rota do avião acidentado ou testar sua capacidade de evitar a queda. E uma parte interativa onde os interessados poderiam trocar idéias, informações e acrescentar detalhes ao material publicado.
e) Reality Shows - Os reality shows chegam à internet Gold Rush da Aol, o Treasure Hunters, da NBC com a MSN e o Runners, do Yahoo com a rede ABC de televisão da Disney. São projetos que misturam jogos, jornalismo, comportamento e negócios, usando vários canais de mídia, principalmente internet e televisão. O Gold Rush pretende ser o mais avançado de todos porque usa a web como plataforma básica e combina episódios reais com situações virtuais. É uma espécie de caça ao tesouro, cujas dicas estarão espalhadas pelos sites da AOL/Time Warner (incluindo ai net, radio, tv, jornais e revistas).

IV) Exercício prático
a) Os alunos formarão grupos para produzir um roteiro da história a seguir, usando os quatro elementos da convergência online segundo as características especificas de cada situação do texto.
b) O essencial é organizar o roteiro, explicando cada passo.
c) Segue o texto:

Professores da USP iniciam greve
Unesp e Unicamp também discutem paralisação. Manifestação dos docentes é por tempo indeterminado.

Professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (23). Eles se reuniram em assembléia às 10h e a votação pelo início da paralisação foi praticamente unânime. Docentes e servidores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também estão em reunião para decidir se aderem ou não à paralisação.

Com essa adesão, os professores se juntam aos funcionários da USP que já estão em greve e apóiam a manifestação dos alunos - que ocuparam a reitoria da universidade no último dia 3 para protestar contra os decretos do governador José Serra (PSDB), que segundo eles restringem a autonomia e cortam parte dos recursos das universidades. Eles também são contra o novo sistema de previdência proposto pelo governador.

A pauta de reivindicações dos professores também inclui um reajuste salarial de 3,15% (referente à inflação acumulada entre abril de 2006 e abril de 2007), além de um aumento fixo de R$ 200; mais recursos para a educação nas três universidades e também no Centro Paula Souza; uma política específica de permanência estudantil nas universidades e melhores condições de trabalho.

Na assembléia desta quarta, os professores aprovaram uma moção de apoio aos estudantes que ocupam a reitoria e exigem que ninguém seja punido pela invasão do local. Os estudantes foram aplaudidos pelos professores, que foram convidados a visitar o prédio da reitoria ocupada.

Alunos que acompanharam a assembléia arrecadaram cerca de R$ 900 para sustentar a ocupação do prédio da reitoria. Na noite desta terça-feira, os estudantes recusaram a última proposta da reitora Suely Vilela e decidiram manter a manifestação na universidade.

Ainda não há um balanço oficial de quantas unidades de ensino estão paradas e quantos alunos foram afetados. A USP tem 37 unidades de ensino e pesquisa, 80.589 alunos matriculados (entre graduação e pós), 5.222 professores e 15.295 funcionários. Os dados são do anuário estatístico de 2006.

Unicamp e Unesp
A assembléia da Unesp votou pela adesão da manifestação dos professores que acontece nesta quarta-feira, na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo o professor Milton Vieira do Prado Júnior, presidente da Associação de Docentes da Unesp (Adunesp), novas assembléias serão realizadas na quinta-feira (24) nos campi da universidade para decidir se eles entram ou não em greve.

"Os campi da Unesp são espalhados pelo interior então fica complicado fazer uma assembléia unificada. Mas, o fato de os professores da USP já terem aderido à paralisação com certeza terá influência na decisão de amanhã. Não tenho dúvidas de que isso vai mobilizar ainda mais a greve de docentes", afirmou Prado.

Segundo a assessoria de imprensa da Unesp, dos 23 campi da universidade, três já confirmaram adesão ao movimento: Bauru, Marília e Assis. A universidade possui 32 faculdades e institutos, 43.052 alunos (entre graduação e pós), 3.354 professores e 6.837 funcionários.

Balanço feito pela Unicamp, aponta que as aulas foram interrompidas em 15% da universidade, pois cinco unidades estão totalmente paradas e três parcialmente: IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), IEL (Instituto de Estudos da Linguagem), IA (Instituto de Artes), FE (Faculdade de Educação), FEF (Faculdade de Educação Física), IE (Instituto de Economia), IG (Instituto de Geociências), IMECC (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica).

A Unicamp possui 20 unidades, sendo dez faculdades e dez institutos. Ao todo, a universidade tem 34 mil alunos (entre graduação e pós-graduação), 1.700 professores e 7.500 funcionários.

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